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As derivadas parciais abordam o problema da variação de uma função em relação a uma única variável enquanto todas as outras variáveis são mantidas constantes.

Isso se torna de extrema utilidade quando lidamos com fenômenos que dependem de várias grandezas inter-relacionadas.

Neste artigo, veremos o que são derivadas parciais, a interpretação geométrica delas e como calculá-las aplicando as regras de derivação de funções de uma variável

Funções de duas variáveis

Antes de entendermos o que é derivada parcial, vamos falar primeiro de funções de duas variáveis.

Uma função de duas variáveis f é uma regra que associa a cada par ordenado de números reais (x,y) de um conjunto de D, um número real f(x,y)

Por exemplo, se x e y são o comprimento e a largura de um retângulo, a área desse retângulo é dada por A=A(x,y)=xy.
Ou seja, A é uma função de duas variáveis.

O conjunto D é chamado de domínio e o conjunto Im(f):={f(x,y)R;(x,y)D} é chamada de imagem de f.

Escrevendo z=f(x,y), as variáveis x,y são chamadas de variáveis independentes e z de variável dependente.

Quando não explicitado, o domínio de uma função é o maior conjunto para o qual a regra de definição gera números reais.

O que é derivada parcial?

Sejam f:DR2R uma função e (x0,y0)D. Fixe y0 e considere a função g de uma variável dada por g(x)=f(x,y0).


A derivada de g em x0 (caso exista) é chamada de derivada parcial de f em relação a x no ponto (x0,y0).

As notações mais utilizadas para derivada parcial em relação a x são fx(x0,y0),fx(x0,y0).

Dessa forma, fx(x0,y0)=g(x0). Pela definição de derivada fx(x0,y0)=g(x0)=limxx0g(x)g(x0)xx0, ou seja, fx(x0,y0)=limxx0f(x,y0)f(x0,y0)xx0,


ou ainda,

fx(x0,y0)=limh0f(x0+h,y0)f(x0,y0)h.
Seja A={(x,y)D;fx(x,y)existe}.


Assim, temos uma nova função, indicada por fx ou por fx e definida em A, que a cada (x,y)A associa o número fx(x,y), onde fx(x,y)=limh0f(x+h,y)f(x,y)h.


Essa função é chamada de função derivada parcial de 1ª ordem de f, em relação a x, ou derivada parcial de f em relação a x.

Da mesma forma, definimos a derivada parcial de f em relação a y, no ponto (x0,y0) que se indica por fy: fy(x0,y0)=limyy0f(x0,y)f(x0,y0)yy0, ou fy(x0,y0)=limh0f(x0,y0+h)f(x0,y0)h.
Em outras palavras, fx(x,y) é a derivada em relação a x, de f(x,y), mantendo-se y constante.

Por outro lado, fy(x,y) é a derivada de f(x,y) em relação a y, mantendo-se x constante.

Exemplo 1: Se f(x,y)=2x3y5+ysenx, determine fx(1,0) e fy(1,0).

Solução: Mantendo y constante e derivando em relação a x, obtemos fx(x,y)=6x2y5+ycosx e assim fx(1,0)=61205+0cos1=0.
Mantendo x constante e derivando em relação a y obtemos fy(x,y)=10x3y4+senx e assim fy(1,0)=sen1.

Exemplo 2: Se f(x,y)=ln(x2+y2+1), calcule fx(x,y) e fy(x,y).

Solução: Usando a regra da cadeia para funções de uma variável, temos fx(x,y)=1x2+y2+1x(x2+y2+1)=2xx2+y2+1 e fy(x,y)=1x2+y2+1y(x2+y2+1)=2yx2+y2+1.

Interpretação geométrica das derivadas parciais

As derivadas parciais em um ponto P=(x0,y0) são inclinações das retas tangentes no ponto (x0,y0,f(x0,y0)) das curvas obtidas pelas interseções dos planos y=y0 e x=x0 com o gráfico de f como mostra a figura abaixo.

Derivadas parciais de funções com mais de duas variáveis

Derivadas parciais são definidas para funções de qualquer número de variáveis.

De fato, seja f:URnR uma função de n variáveis x1,x2,,xn.

A derivada parcial de f em relação a variável xi é fxi=limh0f(x1,,xi+h,,xn)f(x1,,xi,,xn)h.Na prática, calculamos a derivada (de uma variável) em relação a xi tratando as outras variáveis como constantes.

Exemplo 3: Seja f(x,y,z,w)=ex2zy4z+w3. Calcule fz(0,0,1,0).

Solução: Use as regras do quociente e da cadeia, tratando x,y e w como constantes fz(x,y,z,w)=x2(z+w3)ex2zy4ex2zy4(z+w3).
Daí, fz(0,0,1,0)=111=0.

Derivadas Parciais de Ordem Superior

As derivadas parciais de ordem superior são derivadas de derivadas.

As derivadas de segunda ordem de f são

(fx)x=fxx=x(fx)=2fx2

(fx)y=fxy=y(fx)=2fyx

(fy)x=fyx=x(fy)=2fxy

(fy)y=fyy=y(fy)=2fy2.


Exemplo 4: Calcule as derivadas parciais de 2ª ordem f(x,y)=x3+y2ex.
Solução: Primeiro, calculamos as derivadas de 1ª ordem: fx(x,y)=3x2+y2ex e fy(x,y)=2yex.
Em seguida, calculamos as derivadas de 2ª ordem:

fxx(x,y)=6x+y2exefxy(x,y)=2yex fyx(x,y)=2yexefyy(x,y)=2ex.
Note que no exemplo anterior temos fxy=fyx. Veremos a seguir em quais condições isso sempre acontece.

Teorema de Clairaut: Suponha que f seja definida em um conjunto aberto UR2. Se fxy e fyx são contínuas em U, então fxy(x,y)=fyx(x,y) para todo (x,y)U.

Exemplo 5: Calcule 2fxy, onde f(x,y)=xy+eyy2+1.
Solução: O símbolo 2fxy nos diz que derivamos primeiro com respeito a y e em seguida em relação a x.

No entanto, se invertemos a ordem de derivação chegamos a resposta mais rapidamente.

Temos fx=ye2fyx=1.

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